Guerra Cibernética e as Forças Armadas

Os ataques cibernéticos vem aumentando consideravelmente com o passar do tempo. Na atualidade ele está sendo muito utilizado para usos militares. Num futuro próximo ocorrera uma guerra totalmente digital onde todos ataques serão através da internet.

  • Ataques Cibernéticos Superam Terrorismo

Os chefes de inteligência dos EUA disseram pela primeira vez que os ataques cibernéticos e a espionagem digital superaram o terrorismo como principal ameaça à segurança norte-americana. Essa avaliação, incluída em uma audiência anual sobre “ameaças mundiais”, abrangendo preocupações tão diversas quanto a beligerância norte-coreana e a guerra civil síria, foi reforçada por declarações dos chefes de espionagem diante da Comissão de Inteligência do Senado.

Eles manifestaram a preocupação de que os especialistas em segurança não estejam conseguindo acompanhar os avanços da informática. Mas, em um depoimento por escrito, o diretor de Inteligência Nacional James Clapper abrandou o tom dos seus alertas, minimizando a possibilidade de um ataque catastrófico – digital ou convencional – em curto prazo nos EUA.

O assessor de segurança nacional da Casa Branca, Tom Donilon, disse, citando queixas de empresas dos EUA sobre a espionagem digital chinesa, que esse é um crescente desafio para as relações econômicas entre os Estados Unidos e a China. No mês passado, uma empresa privada dos EUA divulgou um estudo apontando uma unidade militar secreta da China como responsável por ataques cibernéticos contra vários setores econômicos norte-americanos. A China rejeita tais acusações e se diz vítima de espionagem digital do governo norte-americano. Estima-se que ataques cibernéticos causem prejuízos de dezenas de bilhões de dólares por ano.

Em outra audiência na Comissão de Serviços Armados do Senado, o general Keith Alexander, chefe do Comando Cibernético das Forças Armadas dos EUA, disse que os ataques cibernéticos contra empresas privadas e em especial contra o setor bancário dos EUA estão se agravando. Ele previu que a intensidade e número dos ataques irão crescer significativamente neste ano.

Alexander disse que as Forças Armadas estão reforçando suas equipes de guerra cibernética, engrossando-as com militares e civis. Ele disse que haverá três equipes: a Missão Cibernética Nacional, encarregada de enfrentar ameaças de nível nacional; a Missão de Combate Cibernético, encarregada do controle operacional; e a força de Proteção Cibernética, que irá defender os sistemas de informação militares.

  • Medida Tomada pelo Brasil

O Ministério da Defesa breasileiro publicou uma portaria que tem como objetivo a criação de um novo órgão militar para prevenção contra ataques cibernéticos. O núcleo, chamado de Sistema Militar de Defesa Cibernética (SMDC), será coordenado pelo Estado-Maior das Forças Armadas e contará com a participação de civis.

A nova política de defesa também determina a criação de estruturas de inteligência para investigar possíveis ações criminosas contra a segurança pública através da internet. As Forças Armadas realizarão exercícios de simulação de combate a ameaças para colocar em prática os procedimentos e normas de atuação que serão fixadas a partir desta portaria.

O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse em discurso em outubro que uma das preocupações do governo na defesa cibernética é sua aplicação durante eventos como a Copa do Mundo, em 2014 e os Jogos Olímpicos do Rio, de 2016.

  • Presidente dos Estado Unidos Ordena Ataques Cibernéticos

O presidente dos EUA, Barack Obama, teria ordenado secretamente que se intensificassem os ataques cibernéticos contra as instalações nucleares iranianas. A operação já tinha sido iniciada pela administração do ex-presidente George W. Bush e teve como nome de código “Jogos Olímpicos”. A notícia foi divulgada pelo jornal The New York Times, a partir de entrevistas feitas ao longo dos últimos 18 meses com pessoas próximas deste programa. Entre elas estão fontes militares americanas, europeias e israelenses.

O programa avançou mesmo depois de, em 2010, ter sido acidentalmente lançado na internet o vírus informático Stuxnet. O vírus teria sido desenvolvido pelos EUA e por Israel para avariar as centrifugadoras da central de Natanz, onde o Irã enriquece urânio, diz o jornalista David Sanger, autor do livro “Confrontar e esconder: as guerras secretas de Obama e o surpreendente uso do poder americano”.

Mas um erro de programação fez com que se disseminasse acidentalmente pela Internet. Apesar disso, Obama decidiu intensificar os ataques contra as instalações nucleares iranianas, para impossibilitar o desenvolvimento de armas nucleares e também conter os ímpetos de Israel para um ataque militar contra o Irã.

Segundo Sanger, após ter sido descoberto o ciberataque do Stuxnet, em 2010, Obama encontrou-se na Casa Branca com vários membros da sua administração e conselheiros, incluindo o vice-presidente Joe Biden e o então chefe da CIA e atual secretário de Estado da Defesa, Leon Panetta.

Parecia comprometida a tentativa de travar o avanço do programa nuclear iraniano e o presidente perguntou: “Devemos parar com isto?”. Foi-lhe dito que não era claro até que ponto os iranianos saberiam que era o Stuxnet que provocara o caos em Natanz. Por isso, Obama decidiu continuar com os ciberataques e, nas semanas seguintes, as instalações nucleares de Natanz foram atingidas por uma nova versão do vírus.

Estes ataques teriam danificado mil das 5 mil centrífugas que naquele momento estavam em operação. Os ataques teriam causado atrasos de até dois anos no programa nuclear iraniano. A revelação surge na mesma semana em que a empresa russa de antivírus e segurança informática Kasperksy anunciou ter identificado um novo vírus com uma capacidade inigualável de causar danos e capturar dados de sistemas informáticos.

O Flame, como foi chamado, desencadeou um complexo ciberataque concentrado na zona do Oriente Médio e recolheu dados privados numa série de países, incluindo Israel e Irã. As capacidades deste poderoso vírus incluem a monitorização de tráfego de veículos, a gravação de conversas em áudio, o registro do que é escrito no teclado e outras ações. Mais de 600 alvos específicos já foram atingidos, desde indivíduos e empresas até governos e instituições acadêmicas.

Após o termino deste artigo pude perceber que o uso de ataques cibernéticos está sendo muito utilizado para tentar enfraquecer a economia e atrapalhar o funcionamento do país o que pode facilitar para uma possível invasão. Até o momento não foi iniciada nenhuma guerra somente digital, mas como cada vez mais estão sendo realizados ataques não vai demorar muito para acontecer uma guerra dessas.

Autor: Fábio Zamboni Basso
Fontes
http://blogs.estadao.com.br/jt-radar/obama-detona-ataques-ciberneticos/
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2013/03/12/inteligencia-dos-eua-ve-ataques-ciberneticos-como-principal-ameaca.htm
http://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/brasil-tera-orgao-militar-contra-ataques-ciberneticos
http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/tecnologia/noticia/2013/03/13/estados-unidos-aumentam-alerta-sobre-ataques-ciberneticos-405198.php